Ainda a despropósito - Sorri (quase) sempre!
Paulo Almeida
10 / 09 / 2008
09:10
Sinceramente, hoje não estou a ver nenhum ponto de vista possível que inclua sorrisos... a vida das pessoas dá voltas incríveis, e tem a forma mais cómica de esfregar na cara de cada um que não há lugar para dizer coisas como «Eu nunca faria tal coisa...» ou «Nunca farei isto ou aquilo....».
Eu até gostava de ser um gajo coerente, mas a verdade é que estou há demasiado tempo a tentar evitar que a vida me diga «Nunca digas 'nunca', nunca digas 'para sempre'». Não posso queixar-me da vida que tenho, mas ainda assim, por ser talvez um gajo infantil e mimado, digo em jeito de queixa que mais valia não ter a minha vida. Quando vivemos a vida num ritmo que não é outro senão das sístoles e diástoles, sujeitamo-nos a ir parar a sítios que não queremos, que não conhecemos e que não fazem parte de nós.... e eu deixei-me ir nessa onda e agora não encontro caminhos de saída, porque nem me encontro a mim próprio. É nestas alturas que normalmente um tipo grita para si mesmo cheio de fúria, que preferia morrer a ter de viver uma vida sem sentido. Mas o Deus que nos deu a vida (e que ignora, e bem, estes desabafos espremidos de um desespero) dá-nos também a esperança... e a esperança de sair daquilo que nos aprisiona é normalmente tão cega que fazemos aproximadamente a mesma figura que um peixe que se arremete contra a lateral de um aquário vezes sem conta, querendo chegar a um qualquer objectivo e esquecendo uma coisa que a aprendizagem normalmente nos faria compreender: não vale a pena continuar a bater com a cabeça.