Mais do que dois lados (parte I)
Paulo Almeida
03 / 03 / 2021
17:21
Conhecem a máxima do "Inocente até que se prove a culpa"?
Eu, não percebendo nada de justiça nem de lei, tenho um valor (ou chamemos-lhe «defeito») que leva este chavão um bocadinho mais longe, tipo «Honesto até que demonstre o contrário", ou mesmo "Boa pessoa até se comprovar execrável"...
Uso muito no dia a dia, principalmente para pessoas que não tenho oportunidade de conhecer pessoalmente, como as figuras públicas.
Viver com esta filosofia tem, obviamente, um peso que dá cabo das costas, e que nos obriga a criar estratégias para conseguir vivê-la a sério. Por exemplo, eu acredito que todas as pessoas podem ser boas pessoas, com boas intenções, mas não confio a nenhuma pessoa o controlo da minha vida.
Será com certeza difícil dizer que todos os políticos são honestos, têm boas intenções, procuram o melhor para o povo. Mas é demasiado fácil dizer que TODOS são corruptos, incompetentes, aldrabões, e é por isso que eu prefiro atirar-me para o lado onde vive a utopia, na tentativa de encontrar um equilíbrio.
Óbvio que entre TODOS HONESTOS e TODOS CORRUPTOS há um muito-grande-meio-termo, que provavelmente representará melhor a realidade que os seus extremos, e parece-me que os extremos são demasiados explorados no sentido de nos dividir, de corromper as nossas opiniões e ideias, de nos fazer sentido que só há dois lados, e que temos de escolher um lado, e que essa divisão representa o BEM e O MAL...
Eu não acredito nesses extremismos...