Só escrevo este post para memória futura, porque já passou o tempo suficiente para isto não ser considerado queixume sobre a forma como fui "enganado" pelas
funcionalidade oferecidas pela Google. Assim posso resmungar sem ter o sangue a ferver.
Como é habitual nos dias de hoje para quase toda a gente, as ferramentas e funcionalidades oferecidas pela Google fazem parte do meu dia a dia.
Por acaso não tenho um smartphone Android, e até agora só uso produtos Google gratuitos, mas aparentemente já tenho um certo nível de dependência de plataformas
como o Gmail ou o Google Maps ou o Google [Fuc#ing] Drive.
Recentemente senti-me atraiçoado por esta última - Google Drive - porque perdi ficheiros para sempre, quando achava que estava tudo seguro. E depois de perceber o
procedimento, até pode parecer que a culpa foi minha, mas não há nada de intuitivo na "forma de pensar" do Drive.
O Google Drive é basicamente uma pasta num qualquer computador da cloud, à qual me é garantido pela Google que só eu tenho acesso. A Google também disponibiliza um
pequeno programa para instalar no meu computador, com o qual me garantem que há uma pasta local desse computador sincronizada com a dita pasta na cloud, de forma a
ter esses ficheiros sempre acessíveis no meu pc.
Partindo deste pressuposto, todos os ficheiros que tenho no Drive estão também no meu pc. E ao comparar visualmente as listas de ficheiros obtidas no Drive (cloud)
e no meu Explorador de Windows (local), concluo que sim, tudo parece funcionar bem e está sincronizado.
Na minha utilização das aplicações Google, aproveito também a aplicação Google Sheets para trabalhar com ficheiros tipo excel (xls/xlsx)... E com o passar do tempo,
já tinha criado algumas dezenas de ficheiros .gsheet que viviam no meu Drive.
Em Maio, precisei de retirar tudo o que tinha no Drive, de forma a arranjar espaço de armazenamento para fotografias, para colmatar o pouco espaço que tenho
no telemóvel, e dar resposta a uma situação de viagem onde se previam muitas fotografias e nenhuma (outra) hipótese de backup.
Na preparação dessa limpeza, copiei todos os ficheiros da minha pasta local sincronizada para um outro armazenamento, garantindo que tudo estava salvaguardado.
Depois deste backup, apaguei o conteúdo do google drive e usei como tinha previsto, durante 15 dias, fazendo upload de fotos até atingir novamente o limite.
Terminada a viagem, fui buscar e arrumar todas as fotos, e vaguei novamente o meu Drive.
Mas na primeira situação em que precisei de um dos ficheiros gsheets - onde mantinha informação para gerir um dos meus projectos mal enjorcados - vi que o ficheiro
não abria, dando erro. Explorando um pouco, vi que o ficheiro que fiz backup, que vivia na pasta sincronizada com o Drive, tinha somente 1Kb de tamanho e
o seu conteúdo era somente um link para outro ficheiro na cloud. Procurando um pouco mais de informação, percebi que a Google, para alguns tipos de documentos,
não armazena os dados dentro do ficheiro mas sim numa estrutura de dados que está online, e cujo link assinado de acesso restrito é escrito dentro do ficheiro, como
um atalho... fiz backup de um atalho...
Ao apagar os ficheiros do Drive, os dados foram definitivamente apagados, e o atalho, obviamente, ficou a apontar para o vazio, tornando impossível a recuperação da
informação. Nada a fazer!, senão um "luto" rápido pelo trabalho perdido, e uma lição para a vida. Não havendo solução, a prevenção passa por usar a funcionalidade
"Disponibilizar Offline" que fará com que o conteúdo do ficheiro seja copiado para as cópias locais, em vez de um link de atalho.