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Acordamos cedo, descemos para aproveitar o pequeno almoço incluído e partimos. Para trás ficou o Tó, depois de 8 etapas feitas em conjunto.
O albergue era no meio do nada, e foi no meio desse nada, junto a um marco do Camino, que fizemos a oração. E assim iniciamos a etapa com destino - Melide.
Apesar de termos o albergue já reservado, a pressa - relativa - era evitar muito sol, já que a jornada era relativamente longa.
Nestes concelhos que atravessámos nas primeiras horas, avistámos mais que uma vez mapas parciais da etapa de hoje, referentes à intersecção do município. Isso partiu a jornada em segmentos mais pequenos, o que psicologicamente era reconfortante, pois ajuda ir vendo pequenos milestones serem atingidos - dividir para conquistar.
Foi assim por uma parte do caminho. Passamos uma velha ponte Romana, conhecemos um par de espanhóis, fomos caminhando pela fresca.
A certa altura torna-se claro que vamos fazer um pequeno segmento pelos montes, subindo uma colina e contornando uma serrania cheia de geradores eólicos. Deu para ver que aquele monte estava a obrigar a um qualquer fenómeno atmosférico, e no seu topo viam-se fiapos de nuvens a passar rápido pelo cume e a formar nuvens mais altas.

Ao contornar esse mesmo monte, mergulhamos na dita nuvem, num nevoeiro que transformava em meros vultos os peregrinos que caminhavam 50 metros à nossa frente.
Passamos por uma esplanada cheia, cheia demais, por isso continuámos e parámos na seguinte. Deu para beber uma aquarius e usar os aseos. Na esplanada, ficámos junto dos dinamarqueses, que andavam sempre mais depressa, mas aparentemente paravam mais vezes, e por isso nos cruzámos tantas vezes. A simples pergunta “então porque decidiram fazer o camino?” transformou-se numa história logo na curta resposta começada por “bem, o não-sei-quantos estava bêbado...”
Já perto de Melide, passamos uma placa de povoação com o nome Compostela. Curioso.
A recta final já permitia ver a torre da igreja e a estrada transformada em avenida citadina. Encontramos o David e as espanholas num café, e dali fomos procurar o albergue onde tínhamos reserva. 

Feito o check-in (C28) por um senhor que me pareceu uma versão mais velha e afável do Xavier de Samblismo, o espaço foi-nos apresentado ao pormenor, e rapidamente percebemos que havia uma forte ligação entre ele e o #camino.
Fomos procurar almoço, encontrámos o Gilberto e um espanhol que nos informaram haver muitas vagas no albergue municipal, mas logo voltou o tema dos albergues cheios na etapa seguinte.
Enquanto almoçávamos, soubemos que o António afinal tinha vindo até Melide, portanto lá o chamámos para a comezaina e mais um brinde! De seguida visitámos a igreja, onde aparentemente iria haver uma missa de corpo presente, e aproveitámos para pedir mais um carimbo (C29).

À tarde fomos ao supermercado comprar coisas para o dia seguinte, e voltamos ao albergue. Ao final da tarde, ficou-me marcado o gesto do dono do albergue em ir despedir-se pessoalmente de todos os hóspedes, desejando «buen camino».
Depois de arranjarmos as sandes para o dia seguinte, jantámos uma empadanilha e fomos sair para beber um copo - a despedida do António: take 3. Este teve o azar de ficar com o cartão retido na máquina... seria preocupação para o dia seguinte. Bebemos uns copos e voltamos para o albergue para descansar.
O saldo para este dia fica em 28.28 Km, agora é dormir!
Na continuação deste artigo, pode querer ler:

O CAMINO - Capítulo XII: Melide - Pedrouzo

Sobre o autor

Alter-ego: ALCOR :: Procuro estar atento ao mundo, informar-me, ponderar uma opinião... mas entretanto alguém me gamou a password e consegue publicar cenas que eu, apesar de pensar, nunca diria da boca para fora, porque a minha mãe me educou para filtrar estas coisas e eu não a quero desapontar. As reflexões, opiniões e partilhas aqui publicadas não estão autorizadas a sair daqui. «What happens in vegas...»

Sobre o leitor

Um perfeito desconhecido, amigo de longa data... uma pessoa 5 estrelas, amigo do amigo, devia abrir-se mais aos outros.