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A despropósito - Novembro 2007

...por falar nisso, nesta última semana tenho estado a desenvolver teorias estranhas sobre o olhar. Tenho observado mais o mundo ao ponto de me intrometer na vida das pessoas que querem dormir no comboio mas se sentem observadas.... e procuram o ‘Porquê’... e «lá está! Aquele palerma está a olhar para mim... é por isso que me sinto desconfortável». E eu, no meu lugar, a olhar fixamente a tentar perceber o que cada outro está a pensar. Mas não consigo perceber nada, portanto especializo-me em olhar fixamente como naquele jogo em que perde quem desvia o olhar ou se desmancha a rir... E eu, sem que o mundo saiba, estou a organizar o Campeonato Mundial de Olhares Fixos, onde tenho a certeza que conquistarei o título. Ainda ontem, ia a pé desde o local do meu trabalho até ao lugar onde peço ‘boleia’ para casa e, ao passar por um autocarro numa paragem de autocarros, fixei o olhar numa senhora que se encontrava à espera que a sua boleia arrancasse. E eu, a caminhar, de olhos fixos nela, a forçar a vitória, até a senhora se sentir desconfortável e desviar... e lá está!! Vitória absoluta, e garantida a passagem à fase seguinte do campeonato por «Eyed-Out Técnico». E tenho estado a ter tão bons resultados nesta parvoíce que estou a reflectir sobre a hipótese de ter um super-poder que faz com que o meu olhar seja mais agressivo, que lance uns raios que invadem os olhos das pessoas e forcem as pálperas a fechar... ou um dom de Deus, que me incumbe a missão de criar a Federação de Olhares Fixos, para que todos descubram o verdadeiro poder do olhar. Disseram-me há uns tempos que eu tinha um olhar penetrante que não era fácil de aguentar quando paro, especado a olhar para alguém. E eu imagino que os meus olhos na profundeza da sua cor de Mel (é mentira, são castanhos, banais...) são mais que os outros. Talvez as cenouras que eu comi tivessem de facto feito os meus olhos evoluir de uma forma diferente (mutante, dizem os evolucionistas... o que é bom... não é?)... depois tenho um ingrediente único que são as pintas pretas aleatórias que alguém diz terem sido entornadas por acidente. ...E eis a receita dos meus olhos, especiais, que já aprenderam que olhar é muito mais que ver... Sabedoria é também o que se guarda daquilo que se olha a sério, por dentro... «Ver só com os Olhos é fácil e vão... por dentro das coisas é que as coisas são!» ...Tipo eu, na minha sabedoria, nos meus olhares super-extraodinários, consigo ver claramente que gosto muito de Ti.

Uma noite mais

É o que peço! Não é novidade mas é sentido... Se a vida teima e arrastar-te para longe, e o faz com agenda, em modo lento, para que me doa cada passo em que te vejo a afastar, num destino inivitável que significa eu ficar sozinho, eu só consigo racionalizar um desejo: dá-me uma noite mais! Se já passei toda a fase de angústia, quase de luto, por uma morte que me arrasta à meses, à anos, num limite de sanidade peço uma noite mais. E porque o que me move é a verdade, e de verdade o que quer que tenhamos construído ou destruído, para guardar em mim num futuro ausente, quero uma noite mais. Dá-me mais uma noite de vida, mais uma oportunidade de me sentir realizado, mesmo que última, mesmo que só por um momento, assinalando a certeza do que sinto, sem nunca interferir com a certeza dor que tu sentes. Dá-me mais um momento, daqueles momentos que se pedem para guardar em nós e passarem a fazer parte, e num limite de ridículo, peço que me tenhas ao teu lado uma noite mais, sem erros daqueles que nos perseguem a vida inteira e cuja redenção tardamos a perceber que é a verdade, sem dúvidas daquelas que nos fazem tremer no tempo. Eu não sou igual ao mundo, e nós são somos indiferentes ao tempo, e por isso clamo por uma noite mais, como um doente terminal, na certeza que essa noite que para ti será um piscar os olhos e para mim será o equivalente aos últimos seis meses de vida que alguém apressadamente tenta aproveitar, porque se foram todas as oportunidades. Deixa-me oferecer-te uma estrela cadente, sob a qual desejarás o que bem quiseres para a tua felicidade, sem compromissos, sem culpas, sem condições, representando o futuro. Deixa-me oferecer-te um chocolate quente, num momento guloso e sentido que representa o passado. Deixa-me oferecer-te uma pérola, porque numa pérola vamos nós próprios, sem tempos que não a eternidade. Deixa-me correr por uma noite inteira, levando-te comigo para a beira do mar que nos conheceu, para o topo da montanha que sonhámos partilhar, para o silêncio de uma qualquer casa onde nos abrigamos, olhos nos olhos. Somos adultos e sabemos o que queremos em tudo o que nos diz respeito, e como tal, é nessa mesma condição que te rogo por uma noite, onde o tempo me fugirá concerteza, mas em mim a condensação de tudo o que guardo teu se pode resumir. Na loucura, peço uma noite para romper com o fardo que carrego, para me libertar simbolicamente e me tornar Pessoa, grande, inteira, sabendo que é alimentando um vício que acabou, que tem de acabar, que te vou pedir um abraço. Uma noite para ver as estrelas, para saborear os momentos, para oferecer parte de mim, para o êxtase de um encontro no nosso mundo, abraçando-o e acabando com ele de vez. Dá-me mais uma noite, com ou sem lágrimas, com ou sem palavras. Dá-me uma noite, mais, de vida!

Inspiração para uma gota de nada

Eu queria escrever, dizer o que sinto.
Derramar sentimentos numa folha de papel.
Eu queria compor uma canção sincera
que fosse inspiração para quem desespera.

Mas eu não consigo, preciso de ajuda.
Em que devo eu confiar que me dê força para caminhar?

Onde estás, inspiração?
Sinto-me perdido, dá-me a tua mão!
Onde estás, inspiração?
Leva-me em teus braços ao fundo do meu coração...

Chamo por ti mas não sei onde estás.
Nem sei porque insisto, eu não sou capaz...
      Embora não me vejas, eu estou contigo!
      Faço parte de ti, não queiras desistir?
Será que existes algures no tempo?
      Eu existo sempre que me chamares!
Será que me ouves a chorar por ti?
      Estou nas lágrimas que derramares!
Pois eu não te vejo, eu não te sinto
      A minha existência vai além dos sentidos!
Eu quero acreditar que estás perto de mim!

      Estou aqui, dá-me a mão! Levar-te-ei aos sonhos que escondes no coração!
      Estou aqui, dá-me a mão! Sente a leve brisa, sopro de inspiração.

Onde estás?
      Estou aqui!
Sinto-me perdido...
      Dá-me a tua mão!
Onde estás?
      Estou aqui!
Sinto uma brisa, um sopro de inspiração
      Sente a leve brisa, sopro de inspiração

Escrevi o que... "Sinto"

Sinto que estás ao meu lado em cada momento!
Sinto que és a minha força... o meu sustento!
Sinto que estás em cada passo, em cada lágrima do meu caminho!
Sinto o teu amor a abraçar-me quando eu estou sozinho!

E se por vezes o meu coração sente
que o teu está longe demais,
sei que me basta ouvir esta canção
e recordarei a minha razão de viver,
o meu ideal, a minha paixão,
este fogo que deixaste em mim
e me incendiou por dentro,
e que um dia transformará o mundo!

Sinto que és responsável por mim, porque me cativaste
Sinto que eu hoje sou feliz porque um dia me encontraste.
Sinto que tenho o teu amor em cada lágrima da despedida
Sinto o teu sorriso, o teu olhar, tua voa a murmurar
a dar-me vida

E se por vezes o meu coração sente
que o teu está longe demais,
sei que me basta ouvir esta canção
e recordarei a minha razão de viver,
o meu ideal, a minha paixão,
este fogo que deixaste em mim
e me incendiou por dentro,
e que um dia transformará o mundo!
E sei que um dia tudo mais passará, acabará,
ficará apenas este amor que sinto por ti
e as notas desta canção
que eu escrevo, que canto, que choro
como parte de mim e de ti
e de todo o mundo que abraço, que amo,
que procuro e encontro
no fundo do teu olhar.

Travel around the world




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Sobre o autor

Talvez tenha demasiado tempo livre, e invente por 5 pessoas diferentes... pelo menos não ando nas drogas. E não, não sofro de esquizofrenia!, embora tenha muitas faces diferentes... Tenho uma paixão por astronomia, um forte interesse por informática, um perfil para (não) ser pai, uma família «out-of-my-league», uma visão distópica da sociedade, uma mania que tenho piada, uma educação conservadora, uma introversão crónica acentuada, um sonho de ser aceite.

Sobre o leitor

Um perfeito desconhecido, amigo de longa data... uma pessoa 5 estrelas, amigo do amigo, devia abrir-se mais aos outros.